segunda-feira, 15 de junho de 2015

Lançamento do livro - Deambulações pela Escrita de Ascêncio de Freitas - VIII Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora



"De escurecer as nossas vidas encarregam-se as sombras que nós próprios produzimos aos cometer os erros que cometemos."
Ascêncio de Freitas



Há sempre escritores que deixam marcas na água. Ascêncio de Freitas é um deles. Na verdade, coloco-o no mesmo patamar e na senda de grandes escritores universais lusófonos como Jorge Amado, José Luandino Vieira, Ruy Duarte de Carvalho, José Saramago, Manuel Lopes, Pepetela, Lobo Antunes e Baltasar Lopes. 

Com um percurso literário “sui generis”, sempre navegando entre Moçambique e a Península Ibérica, sempre soube aproveitar os contactos com as grandes correntes literárias modernas através do seu conhecimento profundo das ideias, história, modelos, estéticas  e ventos que os vários “exílios” lhe proporcionaram e tão bem soube e sabe usar na arte da escrita.

Delmar Maia Gonçalves





ASCÊNCIO DE FREITAS
Ficcionista e jornalista, Ascêncio Gomes de Freitas nasceu em 1926, em Gafanha de Nazaré, distrito de Aveiro, Portugal.
Aos 22 anos, partiu para Moçambique, onde viveu durante trinta anos. Em 1978, regressou a Portugal, estabelecendo-se em Setúbal. Exerceu várias actividades, como a de administrador de uma grande empresa moçambicana, desenhador industrial, pintor de cartazes, criador de gado, caçador profissional, entre outras. Colaborou em jornais e revistas, tais como A Voz de Moçambique, Paralelo 20 eÁfrica.
Publicou o seu primeiro livro, Cães da Mesma Ninhada, em 1960. Seguiram-se depois vários títulos dos quais se destacam África Ida e Volta (1978), À Boca do Passado(1981), Crónica de D. António Segundo (1983), Cármen Era o Nome (1996), Na Outra Margem da Guerra (1999), Mentiras, Elefantes e Etcérera (2000) e Estória do Homem que Comeu a sua Morte (2002). Em 1999, foi bolseiro do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, o que lhe permitiu escrever o romance A Paz Enfurecida (2003). Recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, pela sua obra A Reconquista de Olivença (1999), o Prémio PEN Club Português, em 2000, pelo livro O Canto da Sangardata (2000), no qual apresenta uma crítica ao tempo colonial e pós-independente da história de Moçambique, e o Prémio Literário Ferreira de Castro da Câmara Municipal de Sintra, em 2002, com a obra A Noite dos Caranguejos (2003). Com um pleno domínio da linguagem e com um grande sentido estrutural, as narrativas de Ascêncio de Freitas evocam, com um realismo arrebatador, as terras e o quotidiano africanos.

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